Ciclo de Calibração para Ferramentas de Monitorização e Medição

Recentemente, na sequência de uma questão apresentada relativamente a dúvidas sobre o requisito 7.1.5.2, alínea a) da ISO 9001:2015 “calibrado ou verificado, ou ambos, em intervalos especificados ou antes da utilização, …”

A situação em causa é:

• Os Equipamentos de monitorização e medição que estão a ser usados com frequência (diariamente ou três dias por semana) têm um ano de intervalo de calibração. Por outro lado, há Recursos de monitorização e medição que são usados uma ou três vezes por mês, e cujo o intervalo de calibração é também de um ano.

As dúvidas são:

• A Calibração e verificação de equipamentos de monitorização e medição têm um grande impacto na condição económica da empresa. Contudo, faz sentido instrumentos e ferramentas usados com diferentes frequências terem o mesmo ciclo de calibração?
• Qual é o intervalo de calibração apropriado para ferramentas de monitorização e medição?

Perante esta situação salientei que os pontos chave desta questão são:

• Assegurar resultados válidos e fiáveis quando se recorrer à monitorização ou à medição.

Para tal, requer ter conhecimento do seguinte:

• Plano de Equipamentos da empresa:
  • Quais as ferramentas de monitorização e medição que usam?
  • Quais as recomendações feitas pelo fabricante?
• Plano de Manutenção programada:
  • Ciclos de calibração;
  • Registos de incidentes relativos às ferramentas;
  • Histórico de medições dos equipamentos de monitorização e medição;
• Comunicação (in)formal com gestão de topo:
  • Indicação de disponibilidade de recursos para alocação.

Perante o acima exposto e por forma a que o Sistema de Gestão da Qualidade esteja em conformidade com a ISO 9001:2015, deve-se considerar o seguinte:

• A Norma não estipula um intervalo de calibração fixo, mas solicita ao responsável, pessoa com conhecimento e capacidade de verificar se há desvios, que avalie e determine o intervalo ótimo, tendo em conta:
  • O uso dado aos Dispositivos de monitorização e medição;
  • Estado e idade do equipamento;
  • Tolerância de especificação e sensibilidade do instrumento;
  • Ambiente;
  • Impactos de manuseamento;
  • Armazenamento do instrumento;
  • Precisão confiável e esperada;
  • Custo se os dados obtidos estiverem errados/incorretos;
  • Custos de segurança;
  • Impacto financeiros se houver devolução se o produto ou serviço estejam fora de calibração;
  • Impacto financeiro se houver processo judicial;
  • As boas práticas da industria;
  • Recomendações do fornecedor.

V_00 a 20210215. Artigo em revisão.

Aceitam-se e agradece-se contribuições intelectuais na escrita do artigo

Fonte: Imagem